Uma parte do activismo gay português está tão obcecada com o casamento que pela primeira vez desde o 25 de Abril de 1974 vai ajudar a criar uma lei segregacionista que considera os gays e as lésbicas impróprios para serem pais e mães adoptivos. Já aqui se falou disso.
Situemos a coisa. O histórico activista norte-americano David Mixner (na foto) sugeriu esta semana que os homossexuais americanos devem recorrer à desobediência civil para fazerem valer os seus direitos em relação ao casamento.
Mixner, militante do partido Democrata e um dos lobistas mais eficazes da política americana (foi ele quem ajudou a financiar a primeira campanha presidencial de Bill Clinton), escreve no seu blogue:
Recorda o activista que a desobediência civil já foi tentada nas décadas de 80 e 90 por associações gay americanas, a propósito da questão da sida. Desta vez, escreve, é o casamento gay que deve levar a equacionar um processo semelhante:
Em Portugal, ao aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo com exclusão deliberada do direito à adopção de crianças o que a Assembleia da República está a fazer é a construir um apartheid.
Mais grave ainda: essa lei deverá ser aprovada em breve com a conivência de algumas associações LGBT portuguesas, entre as quais a mais importante: a ILGA Portugal. Alguém se importa de reagir a este escândalo?
(Partes 1 e 2 do apelo de Mixner)
Foto: davidmixner.com
Situemos a coisa. O histórico activista norte-americano David Mixner (na foto) sugeriu esta semana que os homossexuais americanos devem recorrer à desobediência civil para fazerem valer os seus direitos em relação ao casamento.
Mixner, militante do partido Democrata e um dos lobistas mais eficazes da política americana (foi ele quem ajudou a financiar a primeira campanha presidencial de Bill Clinton), escreve no seu blogue:
We must make an informed decision if the time has come for our community to embrace non-violent civil disobedience. Let's be clear what we are discussing here. We are talking about breaking the law to achieve a higher moral ground and our willingness to pay the price of breaking that law.
As state after state separates us from the rest of America in their state constitutions, as violence dramatically and brutally increases toward LGBT Americans, as we are banned from outwardly serving our country, forbidden to adopt and be foster parents in many states, allowed to be fired in many more states and our loves from other nations are deported because we don't have marriage equality, it is time for us to say enough.À parte a defesa do casamento gay, com o qual não concordo, consigo perceber o sentido das palavras de Mixner. Sobretudo quando ele fala das leis de adopção e parentalidade.
(...) This nation cannot continue to create apartheid type laws, beat us, force us to continue to lie and dehumanize us and have their daily business continue as usual.
Em Portugal, ao aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo com exclusão deliberada do direito à adopção de crianças o que a Assembleia da República está a fazer é a construir um apartheid.
Mais grave ainda: essa lei deverá ser aprovada em breve com a conivência de algumas associações LGBT portuguesas, entre as quais a mais importante: a ILGA Portugal. Alguém se importa de reagir a este escândalo?
(Partes 1 e 2 do apelo de Mixner)
Foto: davidmixner.com
acho alguma piada ao facto de conciliares no mesmo blog argumentos ao não ao casamento como "vai criar um apartheid legal" (na adopção, como se não existisse já! o verbo correcto será "manter") e "mesmos direitos mas numa união civil". Não tens consciência desta contradição? E sabes que no RU, um dos raros países com esta linda figura, as pessoas têm problemas porque ao "unirem-se civilmente" o facto passa a constar nos seus dados pessoais e estão, portanto, sempre out quer queiram quer não? Sim, porque se estás numa CU, és gay. E agora mete lá isso no teu CV enquanto procuras emprego.
ResponderEliminarGender_less: Ao contrário do que diz, este blogue não apresenta argumentos "ao não ao casamento". Porque não há apenas um "não". Há vários. E esse "não" de que fala, porque o apresenta como "o não", deve ser o "não" mediaticamente visível em Portugal: o "não" da direita e da igreja. E não é certamente nesse "não" que este blogue se situa.
ResponderEliminarQuanto a isso de as uniões civis registadas para homossexuais serem uma forma de apartheid, não concordo. Inglaterra, França, Alemanha, Noruega, Dinamarca e Finlândia, por exemplo, têm essa figura legal. São países democráticos e ainda não li nenhuma notícia sobre homossexuais que se sintam apartados das respectivas sociedades.