Contra o Casamento Gay: À atenção dos defensores do casamento gay

13 de janeiro de 2010

À atenção dos defensores do casamento gay

Excerto de notícia do Público de hoje sobre manifestação feminista em Lisboa que evoca outra de há 35 anos:

Maria Teresa Horta [à dir.], uma das "Três Marias" perseguidas e julgadas pelo regime, vai mais longe. "Nada do que estava ali representado há 35 anos está desactualizado: o casamento tem a mesma simbologia opressiva, a pornografia exploradora da imagem da mulher é cada vez mais corrente, ainda há violência doméstica, a sexualidade da mulher ainda é tabu, e mantêm-se as discriminações no trabalho e no acesso ao poder."

Foto: Daniel Rocha

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Frases

«It boggles my mind that gays feel like they have to act in heteronormative ways and buy into conservative institutions that have long since been rejected by feminists and other salient beings. The new gay conservatism now attempts to distance itself from its more unruly and disobedient children in order to achieve its assimilationist agenda. It’s the same thing with post feminism: women thinking they have to act like aggressive heterosexual male assholes to achieve some kind of “progress”.»

Bruce LaBruce, realizador de cinema, Blog Nightround, Maio de 2012

« I do think that the issue of gay marriage is a very interesting one to look at in the context of the history of sexuality, because what I think it testifies to is not so much the tendency that non-heterosexuality has to destabilize heterosexual culture, but the incredible depth of the investment that our culture and our government have in regulating the kinds of relationships that people have in their lives.»

Hanne Blank, ensaísta americana, Salon.com, 22 de Janeiro de 2012

«Será difícil para mim acreditar na tradução jurídica do casamento como motivo de felicidade imediata. Se calhar bastava contarmos o número de divórcios que existem no casamento heterossexual para pensarmos duas vezes. Acrescente-se ainda o facto de que quando dois homossexuais decidem viver juntos o que prevalece ao longo do tempo é um projecto de companheirismo mútuo e onde as questões eróticas, sexuais muitas vezes não conseguem ser formatadas e a fidelidade assegurada. Neste sentido o casamento homossexual pode ser algo contra-natura.»

Álvaro Pombo, escritor, Público, 9 de Outubro de 2009

«A luta dos homossexuais e das lésbicas aparece sempre como a luta pela verdade, pela assumpção pública da sua orientação sexual. O que vejo é que copiam a maior parte dos modelos heterossexuais, o que é uma armadilha. (…) A homossexualidade poderia ser uma plataforma para se construir novas relações entre homens e mulheres, tal como outras formas de sexualidade transgressivas podem aparecer como linhas de fuga.»

José Gil, filósofo, Diário Económico; 10 de Agosto de 2009

«O resultado mais nefasto [do casamento entre pessoas do mesmos sexo] consiste no facto de a ideia de homossexualidade ficar aprisionada nas malhas da biopolítica, isto é, nos mecanismos de governamentalização da vida das pessoas.»

António Guerreiro, crítico literário, Expresso, 8 de Agosto de 2009

«Private lives should be no business of the State. The State is bad enough as it is. It cannot educate or medicate or feed the people; it cannot do anything but kill the people. No State like that do we want prying into our private lives. That’s the thing with gay marriage – it implies that the government has all the powers that it likes to have, and it can regulate who we have sex with, how we do it, how many times. I don’t think that’s any of the government’s business. I’m willing to accept that marriage is a religious ceremony, like it’s always been. And if you’re not getting married for religious reasons, you’re on your own.»

Gore Vidal, escritor, revista Butt, Julho de 2007

«Homophobia does not result from the presence or absence of gay marriage, or from any other single status or characteristic, and therefore it cannot be eliminated by altering it.»

Mark Graham, antropólogo, Journal of NSRC, 2004

«Historically, marriage was intended for the protection and provision of women and children. After the industrial revolution, when women could leave home to get jobs, marriage lost that function. Because of the sacred meaning of marriage in all major religions, it would have been better to avoid the hot-button term "marriage" and simply argue for equality of gay partnerships before the law.»

Camille Paglia, filósofa, Salon.com , Janeiro de 1997