Este Verão pedi uma entrevista a Camille Paglia sobre o casamento gay. Mas não deu em nada.
Paglia é professora de arte, cultura e media na University of the Arts, em Filadéfia, EUA. Uma feminista heterodoxa, ou contra-feminista, como classificam alguns. Tornou-se célebre em 1991 ao publicar Personas Sexuais, um ensaio sobre arte e sexualidade.
O assessor de Paglia, Art Gilman, disse que ela “está muito ocupada com aulas e investigação”. Mas acrescentou: “Ela já se pronunciou sobre esse tema e informa que não mudou de posição, pelo que pode citar entrevistas antigas. Consulte a entrevista que ela deu à revista brasileira Cult”.
Excerto:
“Tenho clamado pela substituição de todo casamento, homossexual ou heterossexual, pela união civil. O Estado, que governa os direitos de propriedade, deve ser estritamente separado da religião e não deve jamais sancionar sacramentos religiosos. Pessoas que querem a bênção de uma igreja devem se sentir livres para ter uma segunda cerimônia na igreja que escolherem.
Eu acredito que os ativistas gays dos Estados Unidos cometeram um sério erro estratégico ao reivindicar o casamento, porque a palavra "casamento" é muito associada à tradição religiosa e gera uma revolta entre os conservadores. Ao contrário, os ativistas deveriam se concentrar nos benefícios específicos injustamente negados às uniões gays. Por exemplo, nos EUA, se um gay morre, seu parceiro não recebe os benefícios do Seguro Social, que no caso das uniões heterossexuais vai automaticamente para o parceiro. Isso é uma afronta! Mas este ponto tem sido deixado de lado pelos ativistas gays por conta do seu entusiasmo pela quimera reacionária do "casamento". Uma visão de esquerda autêntica (como nos anos 1960) iria desafiar todo o conceito do casamento.
Entrevista completa aqui.
Foto da autoria de Misa Martin.
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